Jornalismo lento Mapeando tensões entre velocidade e comunicação em ambientes digitais

Autores

  • Michelle Prazeres Faculdade de Educação FE-USP

DOI:

https://doi.org/10.31657/rcp.v2i4.71

Resumo

Este artigo busca construir uma reflexão sobre o jornalismo lento, apontando para o estágio atual de pesquisa em curso sobre este objeto. Ao propor a desaceleração da produção, da oferta (circulação e distribuição) e da recepção do produto jornalístico, o jornalismo lento se inscreve no campo da crítica da comunicação e da velocidade; e, do ponto de vista prático, se situa na zona de interface entre comunicação, compreensão e afeto. Ainda que as práticas de comunicação lenta sejam relativamente demarcadas pelo movimento slow media, o jornalismo lento como objeto de reflexão teórica que emerge desta experiência demanda imersão e aprofundamento,
que permitam ao mesmo tempo desvelar seus alicerces e contribuir para a sua edificação. O estudo trata menos de delimitar um conceito e mais de demarcar um campo de elementos e aspectos que compõem uma mirada para a experiência. Trata-se, portanto, de uma atitude cognitiva para desenvolver olhares e percepções para iniciativas que estão sendo testadas como práticas de comunicação, diálogo, vínculo e engajamento e que promovem interfaces com o pressuposto da desaceleração.

Palavras-chave: Jornalismo lento. Velocidade. Tecnologias. Cultura slow. Cibercultura. 

Biografia do Autor

  • Michelle Prazeres, Faculdade de Educação FE-USP

    Jornalista, professora e pesquisadora. Mestre em Comunicação e Semiótica (PUC-SP) e Doutora em Educação
    (FE-USP). Desenvolve atualmente pesquisa sobre as relações entre a comunicação e a cultura slow. idealizadora do
    Desacelera SP (http://www.desacelerasp.com.br).

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Publicado

05/09/2018

Como Citar

Jornalismo lento Mapeando tensões entre velocidade e comunicação em ambientes digitais. (2018). PAULUS: Revista De Comunicação Da FAPCOM, 2(4), pág. 125-140. https://doi.org/10.31657/rcp.v2i4.71