Em outubro de 2018, a Igreja em seus pastores – Padres Sinodais – reuniu-se em Roma. O objetivo era discutir assuntos pertinentes à juventude, bem como a sua participação na vida da Igreja e da sociedade, de modo que, foi observado e pontuada a vida vocacional da juventude de hoje. O encontro foi motivado pelo Papa Francisco que tinha como propósito dar voz e vez aos jovens tão marginalizados que, segundo ele, vivem hoje sob a forte influência da cultura do descarte. O tema desse encontro fora Os jovens, a fé e o discernimento vocacional. Nele, como dissemos, a proposta era refletir a vida de participação da juventude no seio da Igreja e da sociedade, possibilitando-os uma participação ativa de mudança no seio eclesial e social.
No documento preparatório, o Sumo Pontífice utilizou-se destas palavras para encorajar a juventude: “Um mundo melhor se constrói também graças a vós, à vossa vontade de mudança e à vossa generosidade […]”.
É por meio dessas palavras proféticas que o Santo Padre convida-nos a sermos audaciosos, a darmos uma resposta corajosa ao chamado que Deus faz em nossas vidas pela ação do seu Espírito que sussurra nos nossos ouvidos para que não demoremos a “arriscar nossas vidas no seguimento de Jesus”.
Outro aspecto importante na fala do Pontífice foi: “a Igreja deseja colocar-se à escuta da vossa voz, da vossa sensibilidade, da vossa fé” e acrescentou: “até mesmo das vossas dúvidas e das vossas críticas.”.
Pois é, jovens, quantos de nós temos sido medrosos frente ao chamado que Jesus faz às nossas vidas? Muitas vezes as nossas atitudes são idênticas as do jovem rico, que desejoso da pátria celeste, ao ouvir de Jesus qual seria o caminho a seguir para se conquistar o Reino, desistiu de buscar o seu objetivo (cf. Mt 19,21). Em algumas ocasiões da vida, interrogados pelo Mestre, dizemos: Mas, Senhor, que devo fazer? Entristecemo-nos frente ao projeto do Reino, tentamos desistir até mesmo do próprio projeto pessoal de vida. Fraquejamos! Contudo, devemos lembrar sempre: o Senhor está conosco, embora seja difícil a resposta, ele sempre está conosco. Ele não nos deixa a sós. Ele guia! Ele cuida qual pastor cuida de seu rebanho.
É nessa expectativa de cuidado que o Senhor tem para com cada um de nós que o Papa Francisco exorta-nos dizendo: “Convido-vos a escutar a voz de Deus que ressoa nos vossos corações através do sopro do Espírito Santo.”.
Querida/querido, hoje, somos interpelados pelo Senhor, por uma força maior, por aquilo que você deposita a sua fé a lançarmo-nos em direção de um futuro não conhecido, mas portador de realizações, como afirmou Francisco nas primeiras linhas desse documento preparatório.
Hoje somos convidados a colocarmos em prática os dons que de Deus recebemos: “[…] Ele – Deus – nos surpreendeu com a riqueza de seus dons, encheu-nos de sua coragem e força para levar esperança ao mundo.” (Documento Final)[1]. Neste tempo somos chamados a ousar mais! Devemos nos comprometer com a nossa própria vida para assim oferecer ao outro condições adequadas e necessárias de amor e solidariedade.
Por isso, jovem, nunca esqueça que o Senhor vos acompanha aonde quer que vades vós. Ele faz conosco o mesmo como fizera com o profeta Jeremias: “Não tenhas medo […], pois estou contigo para defender-te” (Jr 1,8).
Desse modo, você, eu e todos… Todos nós somos instrumentos nas mãos d’Aquele que fez o Céu e fez a Terra. É Ele quem quer que sejamos audazes em nossos compromissos de vida. É Ele quem deseja a nossa fidelidade aos dons recebidos.
Por Janderson Ribeiro
Seminarista Paulino e aluno do 4º semestre de filosofia – Fapcom.
[1] Documento Final da XV Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos bispos