Essa pergunta, para mim, é uma das mais emblemáticas que o Pequeno Príncipe faz, e como a raposa responde “é algo há muito esquecido”. Nós nos esquecemos de cativar os outros. Mas que mal tem em não cativar?
Não cativar significa que não criamos laços, não dependemos de nada, estamos soltos, somos como folhas ao vento. Porém, isso não é uma liberdade positiva. Os vínculos que nós criamos, com pessoas, com lugares, com objetos, com animais são importantes para a nossa formação integral. Uma folha solta ao vento voa para todas as direções, pode tanto subir como descer, como também pode ficar presa em alguma barreira que se apresenta em seu caminho.
Quando possuímos um amigo, o qual foi cativado pelo nosso jeito de ser, ele funcionará como uma âncora segura que nos mantém estáveis. A amizade é o vínculo natural daqueles que cativam e são cativados, essa reciprocidade mostra que não é apenas um lado que cativa, mas sim, que existe uma correspondência desse amor.
“Você será para mim único no mundo e eu serei para você única no mundo”. Essas palavras usadas por Antoine de Saint-Exupéry mostram o vínculo que o cativar provoca nas pessoas, ter a necessidade do outro não significa ter posse dele, mas sim de saber que o outro está para você, como você está para o outro. Não é uma necessidade de possessão, mas sim uma necessidade de encontro na liberdade do outro.
Isso é o que significa a palavra cativar, é simplesmente estar aberto a criar laços com o outro e desses laços construir uma relação de amor que leve ambos ao crescimento e, cada vez mais, ao encontro.
Por Daniel Alves de Almeida
Coordenação Pastoral Universitária Fapcom