Um dos traços decisivos de nossa época é o imperativo da performance, que atinge não só a esfera do mundo do trabalho, mas as demais esferas da nossa existência. Do lazer à gestão dos relacionamentos afetivos, da educação ao esporte, a cobrança pela produtividade é cada vez maior. E o agente dessas cobranças somos nós mesmos. O resultado é uma vida paradoxal, entre o excesso e a privação. Excesso de trabalho e atividades ditas produtivas, e carência de momentos de ócio e contemplação, considerados verdadeiros pecados capitais no capitalismo tardio. Esse encontro do Aurora visa refletir, portanto, sobre o papel da tecnologia dentro desse contexto. Buscando evitar os reducionismos que exaltam ou condenam a técnica, o questionamento principal é se as tecnologias são aceleradoras desse processo que converte tudo em dados quantificáveis ou pode ser um aliado dentro da necessária busca por respiros dentro do caos cotidiano.